segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Piauí é o estado com menos homicídios do Nordeste

O Piauí foi o estado do Nordeste que mais reduziu o número de assassinatos em 2017, em relação ao ano de 2016. Enquanto a região como um todo registrou um recorde de 17.913 assassinatos no ano passado, contra 15.077 no ano anterior, no Piauí, a redução foi de 705 para 649 mortes violentas. O dado foi destaque no portal de notícias nacional UOL, que enfatizou o crescimento de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) no Nordeste. As mortes não incluem estatísticas dos estados do Maranhão e da Bahia, que não informaram os números à reportagem.

Secretária de segurança aponta aumento do investimento e operações como motivos para a queda nos homicídios

Entre os sete estados em comparação, os números do Piauí são quase a metade dos índices do segundo colocado, Sergipe, que registrou 1.123 CVLIs em 2017. Em seguida no número de mortes, vêm a Paraíba, com 1.284; Alagoas, com 1.913; Rio Grande do Norte, com 2.383; Ceará, 5.134 e Pernambuco, 5.427.

Quando se confere a taxa de homicídio por cada 100 mil habitantes, o Piauí também se destaca de forma positiva. No estado, a taxa em 2017 foi de 20,2 assassinatos a cada 100 mil habitantes, bem abaixo do segundo colocado, a Paraíba, com 31,9 mortes por 100 mil habitantes. Na frente desse ranking, o Rio Grande do Norte, com 67,9 assassinatos por cada 100 mil moradores.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Fábio Abreu, atribui o resultado do Piauí ao aumento de investimentos do governo na área de segurança. De 2014 a 2017, por exemplo, a aplicação de recursos passou de R$ 18 reais por habitante para R$ 218. Isso, segundo ele, aliado a decisões estratégicas corretas como a reestruturação das principais unidades policiais do estado. “Houve estados que aumentaram os investimentos na segurança, mas não reduziram as mortes violentas”, lembra o gestor.

Algumas ações como a compra da folga do policial e a realização de grandes operações foram fundamentais para a redução das mortes violentas. Abreu ressalta ainda que, diferente de vários estados brasileiros, não há nenhuma facção criminosa dominando o Piauí.

O delegado-geral Riedel Batista destaca que a Polícia Civil, durante todo o ano de 2017, realizou mais 200 operações policiais de grande porte, tanto em Teresina como no interior, e, segundo ele, isso refletiu na redução do número de homicídios.

“A Polícia Civil prendeu várias pessoas que praticaram crimes de grande repercussão e também deu cumprimento a mandados de busca e prisão de pessoas envolvidas em homicídios, assim como envolvidos em crimes de roubo, furto, tráfico de drogas, de roubo a banco, e isso refletiu positivamente em toda segurança pública”, completou o delegado.

Riedel também ressalta as operações realizadas pela Polícia Civil de forma integrada com outras forças de segurança, como a Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, que contribuíram para redução de crimes. “Cabe destacar ainda as operações realizadas no período de 24 horas que deu cumprimento a mais de 100 prisões de pessoas envolvidas em crimes em todo o estado”, comenta Batista.

O comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Carlos Augusto de Sousa, conta que assumiu a chefia da PM com o desafio de estancar o crescimento, desde 2010, do número de mortes por conta da violência no estado. “Em 2014, ano seguinte ao assumirmos, foi o ápice de mortes violentas, com mais do que o dobro de CVLIs em relação a 2010. Mas, já no nosso primeiro ano (2015), não só estancamos o crescimento com o reduzimos”, comemora o comandante.

Qualificação e integração

Carlos Augusto frisa que a entrada de novos PMs e a qualificação deles foram imprescindíveis para a redução da violência. “De 2015 até agora, mais de 700 pessoas ingressaram na PM, e atualmente temos 352 em formação, para irem para as ruas em julho deste ano”, afirma o coronel. Os novos policiais militares ocuparam espaços em municípios onde havia carência de segurança pública, como Uruçuí, Paulistana e Corrente, localizados na região sul do Piauí e que fazem divisa com outros estados.

Tanto Fábio Abreu como Carlos Augusto ressaltam a capacitação como forma de melhor preparar a PM. “Dos atuais 6 mil PMs em atividade no Piauí, mais de 4 mil fizeram algum curso de qualificação nos últimos três anos”, diz o comandante da PM.

A integração entre as polícias de um modo geral, com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal também ajudou na melhoria dos números. E, ao que tudo indica, 2018 será um ano com mais redução de homicídios. No mês de janeiro deste ano, foram registradas 45 mortes violentas, contra 51 no mesmo mês de 2017, 58 em 2016 e 48 em 2015.

Abreu acredita que, até o fim deste ano, é possível chegar próximo ao número considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de dez mortes por 100 mil habitantes.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Acionistas decidem privatizar a Cepisa

A assembleia geral extraordinária da Eletrobras aprovou, nesta quinta-feira (8), a privatização das seis distribuidoras de energia da empresa no Norte e Nordeste, entre elas, a Cepisa. A privatização deve ocorrer até abril.O valor simbólico de cada empresa foi estipulado em R$ 50 mil. O governo do Piauí ainda tentou junto ao Supremo Tribunal Federal uma manobra para retornar as regras antigas, mas não obteve a liminar.

Eletrobras Piauí será privatizada até abril

Os acionistas decidiram também que a Eletrobras vai assumir as dívidas dessas empresas, no valor de R$ 11,2 bilhões, e os encargos de R$ 8,5 bilhões referentes a aportes dos fundos setoriais de energia, referentes a créditos ou obrigações com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

Com isso, a Eletrobras deverá assumir cerca de R$ 20 bilhões em passivos das distribuidoras cuja privatização foi autorizada. A posição da União permitirá que as distribuidoras sejam adquiridas "limpas" pelos novos investidores.

Serão privatizadas as distribuidoras EletroAcre, Boa Vista Energia, Ceron (Rondônia), Amazonas Distribuidora de Energia, Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas). Os detalhes com as decisões da assembleia devem ser divulgados pela empresa ainda na noite desta quinta-feira em comunicado ao mercado.

O governo estipulou, em novembro do ano passado, o valor simbólico de R$ 50 mil por cada uma das distribuidoras. Avaliação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estimou em R$ 10,2 bilhões o valor das distribuidoras.

Sozinho, o governo já conseguiria aprovar a venda do controle das empresas e evitar a liquidação. Mas acionistas minoritários deram apoio massivo ao voto da União. A avaliação era de que era melhor assumir toda a dívida do que correr o risco de não vender as empresas e, eventualmente, liquidá-las.

Pelo cronograma estabelecido pelo governo, a privatização das distribuidoras deve ocorrer até abril. Além do valor mínimo de R$ 50 mil, os compradoras terão de assumir o compromisso de um aporte financeiro de R$ 2,4 bilhões no capital social das seis empresas.

Protesto

Um protesto contra a privatização das distribuidoras, organizado por movimentos sociais, atrasou o início da assembleia em cerca de três horas. A reunião, marcada para as 14h desta quinta-feira, começou por pouco depois das 17h e durou pouco mais de uma hora e meia.

A assembleia só teve início após a empresa ter obtido uma ordem judicial para liberação do acesso ao local de realização da reunião.

Mais cedo, trabalhadores da empresa e integrantes de movimentos sociais protestaram em frente à sede da Eletrobras e nos estados atendidos pelas distribuidoras. "O povo do Norte e Nordeste precisa das distribuidoras da Eletrobras", dizia uma das faixas abertas em frente ao local onde foi realizada a assembleia.

A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) chegou a entrar com pedido na Justiça para suspender a assembleia. "Qualquer uma das decisões – privatizar ou liquidar as seis distribuidoras – será desastrosa para a população desses respectivos Estados e para o País", disseram representantes da entidade.

Fonte: CidadeVerde

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Descendente de holandeses emprega mais de 500 pessoas e inaugura usina solar em fazenda no Piauí

"Terra seca que nada produz", essa era, e ainda é, a fama do Piauí por todo o país, mas muita gente descobriu e vem descobridno cada vez mais que isso não é verdade, as terras do Piauí possuem sim grande potencial produtivo, e vem mostrando isso na agricultura, o que tem atraido cada vez mais os olhos para o que hoje é "a última fronteira agrícola do país". Gaúchos, paranaenses, catarinenses, paulistas, ´gente de todos os cantos do país vem desbravando os cerrados piauienses e um deles é o gaúcho descendente de holandeses  Cornélio Sanders, que após passar pelo Centro-Oeste, Minas Gerais e Maranhão resolveu apostar nas  mal faladas terras  piauienses, e foi assim que ele desenbarcou no Piauí no inicio dos anos 2000 e se tornarnou um dos maiores produtores agricolas do Piauí.

A Fazenda Progresso, uma das maiores do Piauí, pertence a  Cornélio Sanders / Imagem: GP1

Ele chegou ao Piauí no ano de 2001, vendo nas terras piauienses um campo fértil para expandir sua produção agropecuária. Ele criou o Grupo Progresso, que atualmente conta com 4 propriedades no Piauí, nos municípios de Sebastião Leal, Uruçuí, Landri Sales e Guadalupe. Como principais atividades, estão o cultivo de soja, milho, algodão, beneficiamento de algodão, pesquisa e produção de sementes de soja, eucalipto e, atualmente, iniciando integração lavoura, pecuária e floresta.

A família de Seu Cornélio chegou ao Brasil em 1948, no pós-guerra, buscando no país um meio de fugir das dificuldades enfrentadas na Europa. Após passar pelo estado de São Paulo, Pai Thomas, pai do empresário, fixou-se no Rio Grande do Sul. Em 1970, após o falecimento do pai, Seu Cornélio e os irmãos começaram a expandir os negócios da família e nove anos depois iniciou o processo de separação da sociedade. Seu Cornélio foi o último a deixar a parceria, em 2000.

O fazendeiro Cornélio Sanders / Imagem: GP1

Foi nesse momento que o descendente holandês, a esposa e os filhos buscaram o Nordeste com o intuito de ampliar sua produção, mesmo com as dificuldades iniciais, eles encontraram no nosso estado de clima quente um lugar viável para alcançar o que almejava. “Eu resolvi procurar outras regiões para crescer, eu andei na Bahia, no Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e a gente acabou chegando aqui, achamos uma região que nós sabíamos que era uma região do Nordeste que era seca, mas nós achamos que tinha condição de avançar. A gente comprou a área, o primeiro ano a gente foi mal, colhemos muito mal, o segundo ano a gente conseguiu colher bem e tocamos mais uns dois anos sem fazer investimentos, para ter certeza que era viável, e de 2004 para 2005 a gente viu que a coisa era viável, a gente começou a crescer e investir mais”, contou.

Em 16 anos de atuação em solo piauiense a empresa cresceu e investiu. “Nós começamos com 3.800 hectares e hoje nós estamos plantando 42 mil hectares. Além disso, a gente implantou indústria, a parte de sementes, então fomos avançando nessa área também”, disse.

Cornélio Sanders e funcionários / Imagem: GP1

Questionei sobre a receptividade do povo piauiense e Seu Cornélio respondeu dizendo que no começo foi difícil convencer a população de que a intenção era de investir no solo do estado. “No começo, quando a gente chegou, o povo daqui achava que a gente era forasteiro que vinha aqui derrubar cerrado, plantar 3 ou 4 anos na área que a gente ia derrubar e depois abandonar as terras, o povo não tinha conhecimento de como isso funciona. Na prática isso não existe, você tem que derrubar o cerrado, investir muito na terra, corrigir o solo todo, porque o solo de todo o cerrado brasileiro é muito pobre, então você tem que corrigir o solo primeiro, aí você leva dois, três anos para produzir bem. Então o povo achava que a gente ia vir aqui só para derrubar o cerrado e é uma coisa que a gente demorou para convencer o povo de que não era assim, que a gente tinha que investir muito antes de conseguir tirar alguma coisa. Hoje sim, eles percebem que não era aquilo, que primeiro a gente tem que gastar muito dinheiro para depois conseguir alguma coisa. Agora está todo mundo sabendo e vendo”, narrou.

Cornélio Sanders e  sua esposa, dona Ani

O fazendeiro afirmou que o Piauí é um ótimo local para se investir na agropecuária. Suas palavras lembram as de Pedro Vaz de Caminha na carta escrita ao rei Dom Emanuel ao chegar no Brasil em 1500, quando ele disse “Em se plantando tudo dá”. Para o descendente holandês, “no Piauí hoje, todas as regiões onde o pessoal está começado essa área agrícola estão indo bem, os trabalhadores estão indo bem, mudou a mentalidade desse povo todo, hoje eles estão conscientes da forma como são feitas as coisas”.

Ele também ressaltou a melhoria de vida da população após a implantação das fazendas. De acordo com ele, no início as pessoas o procuravam pedindo emprego mesmo que fosse para não receber pagamento. “O que avançou essa região...para você ter uma ideia, quando a gente chegou aqui o povo não tinha uma bicicleta para andar, o pessoal chegava aqui pra mim e dizia ‘eu queria trabalhar com vocês, não precisa me pagar salário, só me paga comida e cama que está bom’, era dessa forma que eles chegavam. Hoje eles estão bem, o pessoal conseguiu melhorar suas residências, conseguiram seu carro, sua moto, é difícil um funcionário nosso que não tenha uma moto ou um carro. E assim melhoraram suas casas, a condição das famílias, tudo isso faz parte”, disse orgulhoso.

Maquinas colhendo algodão na fazenda Progresso

O Grupo Progresso, que começou empregando 60 funcionários no Piauí e hoje já conta mais de 290 colaboradores distribuídos por todas as unidades no estado, emprega cerca de 500 pessoas entre servidores diretos e indiretos, o que movimenta a economia de toda a região. “Hoje nós estamos construindo, a gente contrata empresas, que contratam o pessoal da região para prestar serviço. Então entre diretos e indiretos a gente está na faixa de 500 funcionários. O município recebe com isso, toda a região é beneficiada com isso”, ressaltou o patriarca da família Sanders.

Quando questionado se o Grupo Progresso ainda pretende fazer investimentos nas terras piauienses Seu Cornélio foi prudente na resposta. Ele confirmou que tem sim o intuito de expandir seus negócios no Piauí, mas que o momento de crise vivido pelo país exige cautela e que o mais importante é que a empresa não fez nenhuma demissão. “A gente vai expandindo na medida do possível, quando você tem uma crise você tem que dá uma segurada, existe a crise econômica, a crise política... Então a gente vai dar uma segurada, mas o que aconteceu, com toda a crise é que a gente não dispensou ninguém, com toda a crise a gente até contratou mais gente, a gente está mantendo nossa equipe, aumentamos um pouco e vamos continuar firmes”, ressaltou.

Usina de energia solar:

Ampliando os investimentos Cornélio Sanders inaugurou em janeiro  uma usina de energia solar na Fazenda Progresso, no município de Sebastião Leal, a 420 km de Teresina.

Inauguração de usina solar na fazenda Progresso / Imagem: Governo do Piauí

O evento contou com a presença de fazendeiros da região e do governador Wellington Dias. Ela tem capacidade de 1,6 Mega Watt Pico (MWp). São 5120 placas instaladas com 320 Watt Pico, cada.

Usina de Beneficiamento de Sementes:

Na ocasião, também foi inaugurada uma Usina de Beneficiamento de Sementes que tem uma capacidade de produção de pelo menos 450 mil sacos por ano. A unidade é totalmente climatizada e refrigerada para o clima piauiense, que geralmente degrada a semente antes mesmo dela ser germinada. A técnica consiste em resfriar o grão entre 12 a 14 graus Celsius para prolongar o mesmo vigor de quando ela é colhida. As sementes serão distribuídas pelo Piauí e também para outros estados do Brasil.

Com informações do Portal GP1 e Governo do Piauí

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